23 junho 2009

Meu poema


Vinicius de Moraes



Soneto de Maior Amor



Maior amor nem mais estranho existe

Que o meu, que não sossega a coisa amada

E quando a sente alegre, fica triste

E se a vê descontente, dá risada.


E que só fica em paz se lhe resiste.

O amado coração, e que se agrada.

Mais da eterna aventura em que persiste

Que de uma vida mal aventurada.


Louco amor meu, que quando toca, fere

E quando fere vibra, mas prefere

Ferir a fenecer - e vive a esmo

Fiel à sua lei de cada instante


Desassombrado, doido, delirante

Numa paixão de tudo e de si mesmo.


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